7º Sarau Periferia Invisível – O natal de um palhaço orfão

O Periferia Invisível, desde sua criação, realiza saraus como mostra da participação e dos resultados que obtém. Esse processo permite uma constante renovação do conhecimento da nossa equipe sobre as vontades de quem participa do projeto e de quem o prestigia.

Em 2010, devido a uma programação constante em seu espaço com peças de teatro, shows e outros eventos, o intervalo entre as realizações dos saraus foi aumentado. Para fechar o ano com algo que estampasse a cara do projeto, ou seja, de uma forma tradicional, a equipe optou por um sarau de longa duração que fosse suficientemente marcante em todos os aspectos, decoração, apresentações, união e interação dos participantes.
O primeiro ponto, a decisão do tema, girou em torno das datas comemorativas do mês de realização, dezembro, sendo feita uma mescla. Daí nasceu o Natal do Palhaço Órfão.
Para a chegada do grande dia organizamos todo o espaço, fizemos uma decoração encantadora e curiosa a qualquer olhar, conversamos com grupos da região para potenciais apresentações, além de divulgar o evento em diversas agendas culturais para atrair maior público e maior conhecimento do projeto Periferia Invisível.
Logo na abertura, nosso palhaço apareceu fazendo um número recheado de elementos circenses. Esse palhaço comandou nosso sarau introduzindo as diversas apresentações que ocorreram no dia. Tivemos poesias, teatro, percussão corporal, contos, música, improvisações, homenagens e uma linguagem inovadora chamada Cenopoesiamusicada.
Com uma duração superior a 3 horas, o sarau não apenas serviu de entretenimento, mas sim de certa conscientização sociocultural. Serviu para demonstrar a identidade de quem se apresentava e quem assistia, o desejo de expressão de quem se apresentava e assistia, a realidade traduzida em arte de quem se apresentava e assistia. E assim deve ser a cultura que fidelize o público da periferia. Uma cultura que faça quem aplaude aplaudir por compreender, por se identificar, por admirar o que está sendo feito e não apenas aplaudir por dever e, mesmo assim, mantendo uma incógnita na mente sobre a mensagem passada.
O talento dos que subiram ao palco foi aplaudido, foi admirado e foi reforçado em apresentações com o mesmo tema. Tema que se tratava do que estava dentro do peito e teve a chance de ser revelado e prestigiado.
Por essa interação entre o público, pela perda da timidez e pela vontade de mostrar a que veio do mesmo é que o Sarau Natal do Palhaço Órfão foi considerado pela equipe do Periferia Invisível como o melhor de todos os saraus já realizados no espaço. Fechando um ano excelente em todos os termos possíveis de conquista com o merecimento adequado. Esperamos que, em 2011, consigamos não apenas manter esse nível de espetáculo, mas sim aumentá-lo e torná-lo ainda mais prazeroso e admirável para todos os participantes.

 

Yara Savoia

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